sábado, 25 de dezembro de 2010

Eu posso realmente parecer com algo que você já esbarrou por ai, mas não, eu não sou nada parecida com aquilo. Eu não tenho passado, em mim há somente um desejo interminável de escrever o que virá. Sou um pedaço de papel em branco, com manchas de chuva, amassado e encardido por vezes largado no canto do quarto. Sou a caneta recém usada com pena, o risco de giz do céu de cera. Eu sou o que eu sou, e não adianta eu falar, vou continuar sendo tudo isso. Me perdi em tantos cacos, pétalas e lágrimas, não quero ser achada, me deixa. Eu sou um sonho, o muito, o demais, o excessivo, sou o que sobra e o que falta. Não quero que me descubra, tenho medo do que possa ver, achar e pensar sobre mim, a unica certeza que tenho é que não sou nada parecida com aquilo que eu costumava parecer no passado que eu não tenho.